quarta-feira

Suplico

Bem ali, perto daqueles montes
Houve uma vez que senti estar sendo observada.
Olhava para os lados, e nada.
Somente aquelas neblinas, e covas abertas...

Não havia sentido o que podia ver ali.
Já haviam falecido tantas pessoas,
E ninguém naqueles túmulos.
De repente um murmúrio, distante e fraco
 - Me mate, eu suplico.

Uma pequena criança, com olhos cheios de ternura
Mas com o coração, cheio de sofrimento.
Digo que não sou capaz de matá-la.
E ela chora, como uma menina indefesa querendo se libertar,
 Querendo chegar a algum lugar.

Então um velho aparece como se cuidasse daquele lugar.
Chamo até perto de mim, pergunto se pode ajudar a garota.
Ele diz: - Não há nenhuma criança por aqui.
Somente eu a enxergava, e podia ver aqueles olhos me suplicando algo.
A garota se levanta, vejo que esta com as roupas rasgadas,
E com a cabeça baixa diz: - Eu suplico!

Por que eu? Seria algo contra mim? Ela só sabia suplicar-me: - Me mate, agora.

Seguro suas mãos lavadas por sangue, e digo:
- Não lhe mato, pois você já esta morta. Não é?
E ela confirma, me abraça e some como se descansasse.
 Mas quando deito para dormir,
Lembro daqueles olhos cheios de ternura, se fechando
      Devagar, pronto para enfrentar a morte.    

Um comentário:

  1. Nossa fiquei te com medo quando começei a le. Mas adorei a historia ! :D

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